segunda-feira, 11 de maio de 2009

06/04/2007
O GRANDE CIRCO BRASIL


*Mário Fernando ValverdeAo ver notícias em todos jornais do país sobre o Brasil emprestar dinheiro ao FMI, cheguei à triste conclusão que vivo no Grande Circo Brasil e atuo no grupo dos palhaços, como milhões de brasileiros que ganham um salário mínimo de fome, lutam para manter suas empresas e pagam impostos altíssimos que só servem para manter uma elite de gastadores de dinheiro público, sediados no Palácio do Planalto. Tive o trabalho, enquanto olhava a extensa lista de impostos que minha empresa tem que depositar aos cofres da União, de relacionar as doações e cortes de recursos do atual governo.Para relembrar, a União Nacional dos Estudantes (UNE) mais que quadruplicou sua fonte de receitas junto ao governo graças a repasses das duas gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Levantamento do site Último Segundo junto ao Siafi, sistema que monitora as despesas do governo, aponta que a entidade estudantil recebeu R$ 5,3 milhões da União desde 2003, quatro vezes o montante geral repassado nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso.O Governo Lula doou a Cuba 19 mil toneladas de arroz para enfrentar os graves problemas causados pela passagem de três furacões que devastaram a ilha em outubro passado. Não vi os números das doações da União para os atingidos das enchentes de Santa Catarina. Também, muito noticiado, a doação de R$ 10 milhões para o Hamas, enquanto milhares de pessoas morrem por falta de atendimento do SUS, falta de medicamentos e de alimentos.Dados do site Movimento Operário mostram que o governo doou R$ 56 bilhões para as centrais sindicais. O dinheiro é proveniente do imposto sindical, valor equivalente a um dia de salário do trabalhador no ano. Segundo esse site, anteriormente, as centrais não partilhavam deste imposto. A divisão era feita entre sindicatos (60%), federações (15%), confederações (5%) e governo (20%). Nas negociações com o governo e o Congresso, o governo doou parte dos seus recursos para as centrais (10%), e passou a ficar com 10%. A divisão ficou em R$ 19,8 milhões para a CUT, 15,1 milhões para a Força Sindical e o restante dividido entre as restantes: UGT (União Geral dos Trabalhadores), que receberá R$ 8,8 milhões; NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), R$ 6,6 milhões; CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), R$ 2,9 milhões; e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), com R$ 2,4 milhões.Outras 12 entidades cadastradas no Ministério do Trabalho não preencheram os critérios exigidos que são: filiação de, no mínimo, cem sindicatos distribuídos nas cinco regiões do País; filiação em pelo menos três regiões do País de, no mínimo, 20 sindicatos em cada uma; filiação de sindicatos em, no mínimo, setores de atividade econômica; e filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% do total de empregados sindicalizados em âmbito nacional. Enquanto isso, cortes no orçamento chegam a R$ 25 bilhões. Remédios aumentam, gasolina não baixa e os impostos continuam a destrutir empresas e empregos. São mais de 700 mil trabalhadores que perderam seus empregos.Por estas e outras é que não entendo porque tanta visibilidade da imprensa a atos imbecis, idiotas de quem ri da cara do povo, não liga para o social e há muito esqueceu a classe trabalhadora, de quem tanto usou para se promover. Nós, os empresários, junto com a população, continuamos a pagar a conta de um governo destrambelhado, que não para de gastar e há muito esqueceu do povo Brasileiro.Ética já, vergonha imediata.*Empresário, membro do grupo “Ética, Liberdade e Verdade” (São Paulo)

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